Sempre quis muito amamentar e sempre tive poucas certezas de que iria conseguir fazê-lo.  

Os mitos, ainda
verdades absolutas para tanta gente, povoavam legitimamente a minha cabeça. As
dúvidas normais de uma quase-mãe adensavam-se: “terei leite?”,
“o meu leite será bom?”, “alimentará o suficiente?”, o
blá-blá que toda a vida se ouve e, ainda bem que a tempo, me apercebi não
passar de blá-blá.

Sendo as minhas
certezas tão distantes das de tantas mães com quem me cruzo, torna-se um tema por
vezes ainda delicado de debater.

Todas temos leite, leite bom, leite suficiente, salvo raríssimos casos. Esta mensagem foi-me passada e devidamente
fundamentada pela melhor preparadora de partos possível, Enf. Júlia Melo, e
reforçada pelo livro “Socorro, Sou Mãe”, cuja ligeireza do título não me
fazia prever a sua importância. Obrigada Filipa por este presente.

Todas temos ao
nosso alcance os meios necessários para alimentar o bebé mal este nasça.
Numa situação normal o que impede muitas
recém-mamãs de amamentar não é a qualidade ou a quantidade do seu leite, mas
sim a forma como a interacção mãe-bebé se dá no imediato pós-parto no que a este ponto diz respeito.

Apesar do instinto ter
obrigação de falar mais alto, nem sempre consegue. É sabido que os bebés não
nascem a dominar a técnica da mama. Se para alguns é só agarrar e já está a
encher a barriguinha, outros há que é necessário ter a calma e paciência necessárias
para os ensinar a ambientar-se e usar a sua fonte de alimento. Muitas vezes as mães cansadas (exaustas) e desapoiadas não o conseguem fazer. É legítimo e compreensível.

O
meu início foi bastante dorido mas felizmente o bebé ao fim do 3º dia
já agarrava a mama como se sempre o tivesse feito. Doeu claro, mas teria sempre
que doer, é normal. 

Na mesma altura uma amiga também recém-mamã não teve as mesmas facilidades, e perante a dificuldade da bebé não fazer uma boa pega pediu ajuda. Até hoje continua à espera, mas isso não a impediu de durante alguns meses dar do seu leite. 
A genuína vontade e a ausência de falsos moralismos fazem toda a diferença.
Como em muitos outros aspectos do pós-parto mais imediato é uma fase de desconforto que passa muito rápido.
Profissionais informados e disponíveis é o que é preciso para que a mãe portuguesa entenda que é possível amamentar desde que realmente o queira.
Não gosto de extremismos e tento respeitar as opiniões e posturas alheias, dificilmente chamo egoísta ou irresponsável a quem opta por não amamentar. Já burra é um nome que costumo usar para esse efeito.
E como este tópico vai demasiado longo é desnecessário referir as inúmeras vantagens do leite materno e do acto em si ou as recomendações da OMS, certo?
  
O título também fala de desmame mas terá de ficar para uma parte II. 
Esse sim o meu verdadeiro “drama”. 18 meses depois e sem grandes previsões de…