Bragança à mesa na abertura da 16ª Feira Internacional do Norte
Quando penso em Bragança, dos itens que me surgem imediatamente, além das pessoas naturais de lá com quem me fui cruzando, é a comida! Mentiria se a remetesse para planos seguintes. A comida aparece sempre nos lugares cimeiros da minha imaginação e memória.
De trás dos montes guardo algumas breves antigas recordações. Curiosamente relacionadas com caça e com boa carne, tanto no que se refere à sua qualidade como ao seu simples mas perfeito modo de confeção. Mais recentemente ficaram bem guardados cá dentro uns dias muito bons passados em Vinhais.
Bragança significa comida boa. Comida com corpo e alma, com substância e carácter. Significa produto de qualidade, seja ele carne, peixe, cogumelo ou castanha.
O convite para o almoço de apresentação da 16ª Feira internacional do Norte, foi recebido, portanto, com muito entusiasmo e agradecimento.
Deu-se num belíssimo espaço, que ainda não tinha tido oportunidade de conhecer, bem no coração do Porto, o Oficina, que tão bem nos recebeu e brindou com a melhor matéria prima oriunda da região em foco, pelas mãos do Chef Marco Gomes.
Norcaça, Norpesca e Norcastanha são termos que já nos são bem familiares. Provavelmente associados a uma feira de produtos regionais do Norte, naturalmente. Mas com esta iniciativa fiquei a saber muito mais. Nomeadamente passei a entender o evento na perspectiva de quem o realiza e faz dele um sucesso, ano após ano.
Além de todos de tipo de produtos regionais divulgados e expostos na feira, promovem ainda uma série de iniciativas de iteração mais directa com ao visitante, como palestras, seminários, exposições ou demonstrações gastronómicas, contando ainda com a presença de vários restaurantes participantes.
Como seria de esperar, dados os vários tipos de produto da região que se encontram representados na feira, a diversidade marcou igualmente os pratos apresentados neste almoço no Oficina.
Desde a fresquíssima (e preferida) truta marinada com abacate, à reconfortante sopa de lebre com cogumelos, passando pela açorda de perdiz e pelo porco bísaro maturado a 30 dias com migas, e terminando na sobremesa onde a castanha foi, naturalmente, rainha – várias texturas de castanha – todos deliciosos e bem condizentes com a natureza da gastronomia birgantina, ainda que bem vestidinhos de modernidade.
A grande Feira Internacional do Norte realiza-se este ano entre o dia 02 e o dia 05 de Novembro, em Bragança, e pretende oferecer muito e bom a quem a visita.
Estando no epicentro de uma das zonas onde a garantia de qualidade dos produtos disponíveis é mais do que certa, basta destinar uns dias para conhecer as maravilhas expostas e, idealmente, explorar um pouco mais aquela nossa bela zona geográfica.